19 de dezembro de 2008

Enfim, Férias.... =)







Obrigada pelo carinho de todos nesses meses de postagem !
Mestrandos não têm muita vida, mas também merecem férias...
Ficarei fora durante alguns dias. Em breve, estarei de volta =)
Boas Festas e Férias à todo o Povo Sofrido da Pós !!!

17 de dezembro de 2008

Normas para a Utilização e Padronização do Teste com mingau


Depois que todos os critérios anteriores sejam satisfeitos, dá-se início ao último procedimento, que tem como seu objetivo o estabelecimento de normas para a utilização do teste: constituição do instrumento, elaboração da forma de aplicação e classificação dos resultados.

O primeiro item diz respeito à constituição do instrumento. Ou seja, como ele deve ser apresentado, qual o número de páginas que deve conter, qual o tipo de papel, qual a disposição dos itens.

O segundo item diz respeito à elaboração da forma de aplicação do teste. Isto é, para que faixa etária e escolaridade ele é mais indicado, se deve ser aplicado em grupo ou individualmente.

O terceiro e último item é a classificação dos resultados. Ele diz respeito as normas de resultados (percentil, quartil, escores padronizados ou classificação), qual é a maneira mais adequada e como se pode obtê-la. Esse item tem caráter temporário na manutenção de suas condições, sendo necessário uma atualização de tempos em tempos, para garantir as possíveis variações, tais como as culturais.

Para saber mais:

Andrade, V.M.; Santos, F.H.; Bueno, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

Anastasi, A e Urbina, S. Testagem Psicológica (7 ed). Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

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16 de dezembro de 2008

Precisão ou Fidedignidade de um Teste com bacon



O termo fidedignidade sugere confiabilidade. A fidedignidade se baseia na consistência e precisão dos resultados do processo de mensuração. Para que o usuário do teste tenha certeza de que os escores são consistentes, esses mesmos testes devem ser aplicados nos mesmos indivíduos e grupos, mostrando-se então razoavelmente precisos. Isto é, a confiabilidade de uma medida é a confiança que a mesma inspira aplicando-se no mesmo sujeito e produzindo os mesmos resultados.

De um modo geral, uma medida fidedigna é consistente e precisa porque fornece medida estável da variável. Um ótimo exemplo é dado no artigo de Gilberto Martins: " Se um sujeito é confiável, provavelmente você quer dizer que ele é fidedigno, consistente - se a pessoa diz uma coisa hoje, dirá a mesma coisa amanhã." Caso ela narre um fato hoje, não deverá narrar versões diferentes em outros dias. No caso de um instrumento é igual, se ele é fidedigno, também apresentará o mesmo resultados em outros momentos, quantas vezes for necessário.

O problema mais citado na avaliação dos resultados de mensurações é a definição das diferenças reais na medida e o que deve ser descrito como variações devida a erros de mensuração. O desvio padrão, medida de dispersão em torno da média, pode ser cosniderado um indicador do grau de confiabilidade de um intrumento. Quanto menor é o valor do desvio, maior será o grau de confiabilidade do instrumento de medidas.

Para saber mais:

Urbina, S. Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Martins, G. A. Sobre Confiabilidade e Validade. RBGN, São Paulo, vol.8, n.20, p.1-12, jan/abr, 2006.

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Validade de um Teste com torradas


Depois da elaboração e análise dos itens feita, passemos para a verificação da validade de um teste. A validade é um critério de significância de um instrumento de medidas com diferentes tipos de evidência; é o grau que um instrumento realmente mede a variável que pretende medir. A validade pode ser classificada em vários tipos: aparente, conteúdo, constructo e de critério.

* Validade Aparente - é um processo subjetivo. Indica se a medida aparentemente ede aquilo que pretende. Apenas avalia, considera a definição teporica de uma variável sob estudo. Pode ser feita por juízes, grupo de juízes, que examinam uma técnica de mensuração e decidem se ela mede o que o nome sugere.

* Validade de Conteúdo - refere-se ao grau em que um instrumento evidencia um domínio específico de conte4údo do que pretende medir, se o conteúdo corresponde ao conteúdo dos traços teoricamente definidos pela teoria psicológica em questão. Verifica se o teste constitui uma amostra representativa de um universo finito de comportamentos.

* Validade de Constructo - diz respeito ao grau em que um instrumento de medidas se relaciona constantemente com outras medições semelhantes derivadas da mesma teoria e conceitos que estão sendo medidas. Ela visa investigar a legitimidade da representação comportamental do traço latente que se está buscando medir, verificando se o constructo em questão está representado adequadamente no teste.

* Validade de Critério - refere-se ao grau de eficácia que o instrumento tem de predizer um desempeho específico de um sujeito. Estabelece a validade de um instrumento de medição comparando-o com algum critério externo. Quanto mais os resultados do instrumento se relacionam com o padrão (critério), maior é a sua validade.

Para saber mais:

Andrade, V.M.; Santos, F.H.; Bueno, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

Martins, G. A. Sobre Confiabilidade e Validade. RBGN, São Paulo, vol.8, n.20, p.1-12, jan/abr, 2006.

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Elaboração e Análise dos Itens com ovos mexidos



A elaboração e análise dos itens é uma das condições para que um instrumento tenha qualidade e seja eficaz. Essa condição diz respeito às questões individuais (itens) de um teste. Inicialmente, há a preparação dos itens para a representação do comportamento, isto é, atributo de medida. Poder representar no item todas as possíveis variáveis que o atributo pode assumir é de extrema relevância, caso isso não seja feito, é possível que não haja a contemplação da diversidade das respostas, deixando de medir um ponto de comportamento.

Na análise de itens, todas as possíveis manifestações comportamentais do fenômeno em questão são investigadas, tais como a compreensão de leitura e resposta do item, a capacidade de avaliar certo atributo, a eficácia da avaliação das questões e a capacidade dos itens de abarcarem todas essas manifestações. Nessa fase, muitos itens são descartados, por não satisfazerem as necessidades técnicas do teste.

Para saber mais:

Andrade, V.M.; Santos, F.H.; Bueno, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

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15 de dezembro de 2008

Instrumentos da Avaliação Neuropsicológica ao molho rosé



Como já foi dito anteriormente, a avaliação neuropsicológica é um instrumento relevante na investigação das funções mentais, que tem se mostrado de valor fundamental no auxílio diagnóstico, elaboração do prognóstico, orientação para o tratamento, além do planejamento da reabilitação.

Além disso, podemos dizer que a avaliação refere-se à coleta e interpretação de informações psicológicas e cognitivas, que são resultantes de um conjunto de procedimentos que permitem ao profissional psicólogo analisar um comportamento ou função mental. Para que isso seja possível, o psicólogo faz uso de uma gama de instrumentos tais como os próprios testes psicológicos e neuropsicológicos, questionários e escalas, entrevistas, observações das sessões e pessoas próximas, entre outros.

Considera-se instrumentos como qualquer meio de estender nossa ação ao meio, minimizando as limitações em uma ação investigativa de observação, aumentando a eficácia da obtenção de dados e resultados. Na avaliação, esses instrumentos são chamados de testes psicológicos que são considerados objetivos e padronizados. Eles visam avaliar e quantificar comportamentos observáveis através de técnicas e metodologias específicas, embasadas cientificamente em constructos teóricos que auxiliam a análise dos resultados.

Para que esses testes sejam utilizados, devem passar por uma avaliação de qualidade verificadas pelos procedimentos metodológicos que assegurem sua eficácia e eficiência. Na preparação de um teste psicológico, são necessárias algumas condições afim de garantir a sua qualidade e possibilidade de uso seguro: elaboração e análise de itens, estudos da validade, da precisão e de padronização.

Para saber mais:

Andrade, V.M.; Santos, F.H.; Bueno, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

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13 de dezembro de 2008

Psicodiagnóstico e Sua Responsabilidade com pizza de muzzarela de búfala


A responsabilidade do processo de psicodiagnóstico pode ser de alguns profissionais:

* pelo psicólogo, pelo psiquiatra (eventualmente, neurologista ou psicanalista) - utilizando o modelo médico apenas, no exame de funções, identificação de patologias, sem uso de testes e técnicas privativas do psicólogo clínico.

* pelo psicólogo clínico (exclusivamente) - para a consecução de qualquer ou vários dos objetivos, utilizando o modelo psicológico, incluindo técnicas e testes privativos desse profissional.

* por equipe multiprofissional (psicólogo, psiquiatra, neurologista, orientador educacional, assistente social) - para a consecução de objetivos citados e eventualmente de outros, desde que cada profissional use seu modelo próprio, em avaliação mais complexa e inclusiva, integrando dados muito interdependentes.

Para saber mais:

Cunha, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico V. 5a Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

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12 de dezembro de 2008

Psicodiagnóstico e Seus Objetivos com pizza de presunto e champignon - Parte II



- Avaliação Compreensiva: determina-se o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas funções como ego, condições do sistema de defesas.

- Entendimento Dinâmico: permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, a antecipação de fontes de dificuldade na terapia e á definição de focos terapêuticos, entre outros.

- Prevenção: identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.

- Prognóstico: determina o curso provável do caso.

- Perícia Forense: fornece subsídios para questões relacionadas com a "insanidade", competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etic.

Para saber mais:

Cunha, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico V. 5a Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

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http://www.joilsonmarques.com/blog/imagens/objetivos.jpg

Psicodiagnóstico e Seus Objetivos com pizza de pepperoni


O psicodiagóstico pode ter muitos objetivos, tudo dependerá dos motivos alegados ou reais do encaminhamento e/ou da consulta. Os objetivos desse processo irão variar de acordo com a simplicidade ou da complexidade das questões propostas. Abaixo e na próxima postagem apresentaremos alguns objetivos e suas especificações:



-Classificação Simples: comparação da amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos.

-Descrição: interpreta diferenças de escores, identifica forças e fraquezas, descrevendo o desempenho do paciente.

-Classificação Nosológica: hipóteses iniciais são testadas, onde os critérios diagnósticos são tomados como referência.

-Diagnóstico Diferencial: investiga-se irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

Para saber mais:

Cunha, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico V. 5a Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

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11 de dezembro de 2008

Psicodiagnóstico com pizza de rúcula


O processo do psicodiagnóstico é um procedimento científico, com o tempo limitado, faz uso de técnicas e testes psicológicos, individualmente ou não, seja para compreender problemas à luz de pressupostos teóricos, ou classificar o caso e prever seu curso possível. É dito um processo científico, pois parte de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou não através de passos predeterminados e com objetivos precisos.

O plano de avaliação proposto é estabelecido com base na entrevista de anamnese, e nas perguntas ou hipóteses iniciais, definindo assim os instrumentos necessários, assim como e quando utilizá-lo. A escolha dos instrumentos é de extrema importância, pois torna o processo mais eficiente, aplicando com propósito específico, o que fornece respostas a determinandas perguntas assim como testar certas hipóteses.

Após selecionada e aplicada a bateria de testes, dados são obtidos e relacionados com a história clinica, pessoal ou escolar, permitindo a seleção e integração dos mesmos. Tais resultados são divulgados aos responsáveis e possíveis partes integrantes do processo (professores, fonoaudiólogos, médicos...), oferecendo então subsídios para tomada de decisões ou recomendações.

Para saber mais:

Cunha, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico V. 5a Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

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19 de novembro de 2008

Terceira Unidade Funcional ou "O Cérebro Em Ação" com suflê de chuchú


A terceira unidade funcional é uma unidade de programação, regulação e verificação da atividade, além de relacionar-se na criação de planos, estratégias e formação de intenções, programação das ações, regulação dos movimentos voluntários e, inspecionamento e verificação do mesmo. Esta unidade está localizada nas regiões anteriores do córtex, em frente ao sulco central, formando os lobos frontais.

De acordo com Luria, o homem não está passivo ao ambiente, criando planos e estratégias para suas ações, verificando sua realização e regulando seu comportamento. Posteriormente, o indivíduo inspeciona sua atividade consciente, comparando os prós e contras de suas ações. Pensando nisso, poderíamos relacionar essa unidade funcional ao conceito conhecido atualmente como Funções Executivas.

Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.
_______. Fundamentos da Neuropsicologia. São Paulo: Ed. USP, 1981.

Imagem:

http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368029114/in/photostream/

18 de novembro de 2008

Segunda Unidade Funcional ou "O Cérebro Informado" com suflê de couve-flor

A segunda unidade funcional é formada pela região posterior das superfícies laterais e os lobos occipital, temporal e parietal. Como dito na postagem posterior, essa unidade relaciona-se à recepção, análise e armazenamento de informações, interferindo diretamente na análise, codificação e armazenamento das informações sensoriais. Isto é, informações visuais, auditivas, vestibulares e táteis, onde podemos incluir os estímulos gustativos e olfatórios. Por isso do termo "Cérebro Informado". Essa unidade está dividida em três áreas: primária (ou de projeção), secundária (ou de associação unimodal) e terciária (ou de associação polimodal).

A área primária é a mais elementar e recebe impulsos indiferenciados e estímulos especializados dos órgãos sensoriais através das vias de projeção sensorial tais como graduação de cor, linhas, direção dos movimentos (estímulos visuais); diferenciação de estímulos auditivos de acústicos; e estímulos sensoriais gerais respondendo à estímulos da face, lábios e língua.

A área secundária está intimamente ligada e superposta à área primária. Possui função de síntese da informação sensorial recebida da área anterior em todas as formas perceptuais, organizando e convertendo todos estímulos que alcançam a área primária, além de tornar mais complexas algumas sensações cutâneas e cinestésicas.

A área terciária situam-se entre as regiões occipital, temporal, parietal e pós-central, formando em sua maior parte a região parietal inferior. Essas áreas encarregam-se nas integrações das excitações que chegam dos diferentes analisadores; é o nível mais complexo de processamento.

Resumindo: as áreas de projeção estão relacionadas à sensibilidade e motricidade, enquanto as áreas de associação, às funções psíquicas complexas.



Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.

Imagem:

http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368030232/in/photostream/


17 de novembro de 2008

Primeira Unidade Funcional ou "O Cérebro Desperto" com suflê de palmito


A primeira unidade funcional é a unidade mais primitiva. Ela é responsável pela regulação do tônus cerebral, da vigília e dos estados mentais, e está altamente relacionado à atenção e às condições do recebimento e integração das informações internas e externas. Por isso, também é chamada de "O Cérebro Desperto".

A relevância desta unidade se dá por causa da ativação das atividades mentais, processando, organizando e corrigindo as informações que são recebidas. Esta unidade relaciona-se com o controle da atividade elétrica cortical, controle eferente da sensibilidade, controle da motricidade somática e controle do sistema nervoso autônomo. As principais estruturas que constituem essa unidade são: estruturas situadas no tronco cerebral, no diencéfalo e nas superfícies mediais dos hemisférios cerebrais, tendo o sistema de ativação reticular como o principal componente.

Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.

Imagem:

http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368029598/

16 de novembro de 2008

Luria e as Unidades Funcionais com suflê de cenoura


Alexander Romanovich Luria (1902-1977), médico e neuropsicólogo, acreditava que toda atividade mental humana seria um sistema funcional complexo efetuado por meio de uma combinação de estruturas cerebrais funcionando em harmonia, onde cada uma dá sua contribuição para o sistema funcional como um todo.

Na década de 7o, Luria, a partir do estabelecimento das relações entre as funções psicológicas e o funcionamento do cérebro, Luria elabora a Teoria dos Sistemas Funcionais, descrevendo três unidades funcionais, organizadas de maneira hierárquica e integrada funcionalmente.

- A primeira unidade relaciona-se a regulação do tônus, da vigília e dos estados mentais.
- A segunda unidade refere-se a capacidade de receber, analisar e armazenar as informações.
- A terceira unidade diz respeito a capacidade de programar, regular e verificar a atividade.

Nas próximas postagens, explicarei melhor sobre cada uma das unidades funcionais.

Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.

Imagem:

http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368031316/in/photostream/

10 de novembro de 2008

Elaboração de um instrumento de medidas com vatapá



Ao construirmos um instrumento, seja ele um teste, questionário, ou qualquer outra técnica é necessário que alguns cuidados sejam tomados para que se tenha uma segurança em seus resultados. Inicialmente, deve-se ter em mente o que o instrumento deve medir e como deve medir e para que este objetivo seja alcançado inúmeras pesquisas exploratórias são realizadas. Para tanto, toda medida deve apresentar dois relevantes requisitos: a validade ou validez, e a confiabilidade ou fidedignidade. Isto é, uma medida confiável geram dados replicáveis e consistentes, enquanto uma medida válida representam precisamente as características que se pretende medir.


A qualidade da medição está estritamente relacionada ao refinamento e à validade empírica de constructos. Nada adianta ter uma boa teoria se os seus constructos não são testados empiricamente, se suas variáveis não são válidas, o que pode ocasionar em suposições e conclusões incorretas.



Para saber mais:

Martins, G.A. Sobre Confiabilidade e Validade. RBGN, São Paulo, Vol.8, n. 20, p. 1-12, jan/abr, 2006.

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5 de novembro de 2008

Instrumentos para a Avaliação das Funções Executivas com Kafta


Como foi dito anteriormente, as funções executivas estão relacionadas à capacidade do sujeito de engajar-se a um comportamento orientado a objetivos, fazendo uso das ações voluntárias, independentes, auto-organizadas e direcionadas a metas específicas. Pesquisadores como Duncan, Johson, Swales e Frees (1997) e Gazzaniga, Ivry e Mangun (2002), a partir de estudos posteriores, localizaram as bases neurológicas desse construto no córtex pré-frontal, especificamente no córtex pré-frontal lateral e no giro cingulado anterior.

Inicialmente, as funções executivas foram estudadas como sendo um constructo único, entretanto, pesquisas recentes têm observado a necessidade de fragmentar essa função cognitiva em alguns componentes como controle inibitório do comportamento, memória de trabalho, atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e planejamento de estratégias. Portanto, seria interessante que cada componente fosse avaliado durante uma testagem neuropsicológica. A partir desses estudos, podemos verificar a sensibilidade de cada instrumento no que diz respeito à cada componente das funções executivas.

Ao longo desses últimos anos, têm sido desenvolvidos muitos testes a fim de avaliar esses componentes tais como o Teste de Stroop, Fluência Verbal -FAS, Teste de Geração Semântica, Teste de Trilhas, Torre de Londres e Torre de Hanoi, Teste de Memória de Trabalho Auditiva, Subteste Dígitos na Escala Weschler de Inteligência para crianças e para adultos, Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, entre outros. Infelizmente, muitos desses testes e tarefas não estão validados, isto é, só podem ser utilizados como material de pesquisa, apenas como um complemento qualitativo a sua avaliação.

Para saber mais:

Capovilla, A.G.S. Desenvolvimento e validação de isntrumentos neuropsicológicos para avaliar funções executivas. Avaliação Psicológica, 5(2), pp.239-241, 2006.

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22 de outubro de 2008

Modelo Híbrido das Funções Executivas com charutos de folha de uva



Barkley (1997a, 1997b) afirma que a inibição comportamental inclui a inibição de respostas prepotentes, inibindo as vias de respostas e controle de interferência, fundamentalmente contribuem para o funcionamento de várias outras funções executivas como a memória de trabalho (verbal e não-verbal), auto-regulação do afeto, motivação e ativação e reconstituição (análise e síntese da informação).

A memória de trabalho refere-se à capacidade de manter em mente informações e utiliza-las para orientar o comportamento imediato na ausência de sinais informativos externos (Goldman-Rakic, 1995). Barkley divide a memória de trabalho em dois componentes primários - memória de trabalho verbal (internacionalização da fala) e memória de trabalho não verbal.

Na auto-regulação do afeto, na motivação e no componente de ativação, uma parte da auto-regulação do sistema executivo destaca-se que as emoções são reguladas pelo auto-monitoramento. Esse componente também inclui a auto-regulação da vontade ou de estados motivacionais e de ativação, necessário para a manutenção e realização do comportamento alvo-dirigido. Assim, a capacidade de auto-regulação e a capacidade de trazer estados emocionais como suporte para um comportamento alvo-dirigido também incorpora a inteligência para ajustar e induzir a motivação e a ativação na manutenção do comportamento.

O componente de reconstituição do modelo de Barkley representa duas atividades relacionadas - análise e síntese - e pode ser explicado como a capacidade de separar unidades de seqüências comportamentais (análise) e recombiná-los em novas formas criativas de seqüências de comportamento (verbal ou não-verbal). Em suma, as quatro funções executivas são tomadas ao comportamento que são controladas pelo ambiente imediato, a fim de proporcionar uma noção de tempo e de prever um comportamento que é intencional.


Essa teoria foi formulada com o intuito de compreender os complexos problemas cognitivos e comportamentais caracterizados em crianças com TDAH, mas modelo de Barkley também é relevante para a compreensão do desenvolvimento normal. Assume-se que não existe qualquer distinção entre os processos subjacentes do funcionamento executivo normal e anormal; crianças com TDAH possuem um atraso no desenvolvimento no que diz respeito à função inibitória.


Para saber mais:
Barkley, R.A. ADHD and the nature of self-control. New York: Guilford, 1997a.
Barkley, R.A. Behavioral inhibition, sustained attention, and executive functions. Psychological Bulletin, 121, 65-94, 1997b.
Brocki, K.C.; Bohlin, G. Executive functions in children aged 6 to 13: a dimensional and devepment study. Developmental Neuropsychology, 26 (2), 571-593, 2004.

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21 de outubro de 2008

Disfunção Executiva com arroz marroquino



O mau funcionamento executivo também pode ser chamado de disfunção executiva. Uma variedade de quadros podem descrever a disfunção executiva já que é um construto multifacetado. Dentre os prejuízos mais observados pode-se incluir a incapacidade de se concentrar ou manter a atenção, impulsividade ou desinibição, memória de trabalho reduzida, dificuldades no monitoramento ou regulação do desempenho, incapacidade de planejar ações com antecedência, desorganização, prejuízo na capacidade de raciocínio, gerando dificuldades na criação e/ou implementação de estratégias, comportamento perseverativo, resistência à mudança, dificuldades na transferência entre atividades que geram conflitos e incapacidade de aprender com os próprios erros. Percebe-se que a disfunção executiva está geralmente associada à preocupações acadêmicas ou no local de trabalho.



A disfunção executiva pode também estar associada com o afeto mal-adaptativo, nível de interesse, iniciativa e comportamento moral e social. Por exemplo, pacientes com disfunção executiva podem se apresentar como uma pessoa apática, desmotiva, impulsiva, argumentativa. Eles podem fazer perguntas embaraçosas ou socialmente inadequadas, fazer declarações que podem magoar ou contar piadas impróprias. Esses pacientes geralmente ignoram as consequências sociais de suas ações, além de regras e convenções sociais. Como consequência, muitos pacientes que apresentam essa disfunção exibem pobre competência interpessoal, assim como dificuldade em manter relações sociais.


Por isso, quando olhamos para o desenvolvimento, devemos ter em mente que alguns comportamentos não podem ser considerados como "desviantes", como é o caso do bebê ou da criança pequena. Portanto, é essencial que as expectativas do desenvolvimento dos processos executivos sejam bem compreendidos.


Para saber mais:
Anderson, V; Jacobs, R.; Anderson, P.J. Executive functions and the frontal lobes: a lifespan perspective. NY: Psychology Press, Taylor & Francis Group, 2008.

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Definindo Funções Executivas com tabule



Segundo David (1992), as descrições sobre as funções executivas indicam que elas englobam os mais altos níveis de funcionamento humano, tais como inteligência, pensamento, autocontrole e interação social. As funções executivas são responsáveis pela síntese de estímulos externos, a preparação para a ação e formação das estratégias, mas também é importante para permitir que a ação seja executada, bem como a verificação de que o reumo adequado foi tomado (Luria, 1973). Lezak (1982, 1983) descreve os processos executivos como as capacidades mentais necessárias para a formulação de objetivos, planejamento de como alcançá-los e a maneira mais eficaz de realizá-los.


Da mesma forma, Welsh e Pennington (1988) definem funções executivas como "a capacidade de maneter um conjunto adequado de resolução de problemas para a utilização num objetivo futuro", inclui a capacidade de inibir ou adiar uma resposta, planejar estrategicamente as ações futuras e manter uma representação mental do objetivo pretendido. Além disso, as funções executivas são um processo ou uma coleção de funções interrelacionadas, que são responsáveis por um objetivo direcionado ou comportamento orientado para o futuro. Esse construto tem sido citado como o "maestro" que controla, organiza e dirige as atividades cognitivas, respostas emocionais e do comportamento (Gioia, Isquith e Guy, 2001). Os elementos-chave das funções executivas incluem: 1) antecipação e utilização da atenção; 2) impulsos e auto-regulação; 3) inicialização de atividades; 4) memória de trabalho; 5) flexibilidade mental e valorização do feedback; 6) capacidade de planejamento e organização; e 7) seleção de estratégias eficazes na resoluação de problemas (Gioia, Isquith, Guy e Kenworthy, 2000).


As funções executivas não são exclusivas dos processos cognitivos, mas também são caracterizadas nas respostas emocionais e ações comportamentais. A partir disso, foi proposto recentemente que os processos que constituem as funções executivas poderiam ser dicotomizadas como processos executivos "cool" (frios) ou "hot" (quentes). Os processos executivos "cool" são considerados processos puramente cognitivos. (Zelazo, Qu e Muller, 2004). Em contraste, os processos executivos "hot" referem-se a aspectos afetivos do funcionamento executivo que são necessários quando uma situação é significativa e envolve a regulação do afeto e motivação.


Para saber mais:

Anderson, V; Jacobs, R.; Anderson, P.J. Executive functions and the frontal lobes: a lifespan perspective. NY: Psychology Press, Taylor & Francis Group, 2008.

* Sobre informações mais detalhadas sobre as referências citadas no texto, envie-me um e-mail.

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http://www.anecdote.com.au/Conductor_small.jpg

20 de outubro de 2008

Funções Executivas com tomate recheado


As funções executivas não são um processo cognitivo unitário, mas um construto psicológico que é composto por componentes integrantes de várias habilidades cognitivas superiores. Uma infinidade de definições para esse construto tem sido porposta, porém, essas são amplas e gerais, devido sua multiplicidade de componentes. Ao longo dos tempos, diversos modelos teóricos das funções executivas têm sido desenvolvidos e influenciado as práticas clínicas e de investigação.

Estudos e pesquisas que visam investigar melhor esse construto são relevantes, pois fornecem a base para a construção de testes mais focados e sensíveis a componentes específicos das funções executivas, investigação do desempenho e comportamento no cotidiano, além do desenvolvimento e compreensão das funções executivas em si.

A partir dessa postagem, estarei dando um maior enfoque nas funções executivas e todas as questões que permeiam esse constructo.

6 de outubro de 2008

Plasticidade com alface crespa


Por volta de 1930, o termo plasticidade foi introduzido pelo fisiologista alemão Albrecht Bethe como sendo a capacidade do organismo em adaptar-se às mudanças ambientais devido a ação sinérgica de diferentes órgãos coordenados pelo Sistema Nervoso Central (SNC). Este conceito tem evoluído ao longo desses anos e atualmente pode ser definido como a mudança adaptativa na estrutura e função do sistema nervoso, que ocorre em qualquer fase da ontogenia, como função de interações com o meio ambiente interno e externo, ou ainda como resultante de lesões que afetam o ambiente neural.

A plasticidade cerebral deve ser vista como um conceito multidimensional. Ela apresenta um processo dinâmico que delimita as relações entre estrutura e função, uma resposta adaptativa impulsionada por desafios do meio ou por lesões, assim como estrutura organizacional instrínseca do cérebro que se mantém ativa durante toda a vida.

A plasticidade pode ser dividida em três níveis:

1- Neuroquímico: alteração de neurotransmissores e neuromoduladores durante o crescimento e o desenvolvimento.

2- Hedológico: envolve diversos padrões de conexão entre os neurônios e o número de sinapses ativas.

3- Comportamental: modificação de estratégias cognitivas de acordo com os desafios ambientais.

Para saber mais:

Mello, C.B.; Miranda, M.C. e Muszkat, M. A Neuropsicologia do Desenvolvimento: Conceitos e Abordagens. São Paulo: Memnon, 2005.

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25 de setembro de 2008

Sinaptogênese e Mielinização com fettuccine à carbonara


No que diz respeito ao desenvolvimento cerebral infantil, a sinaptogênese é uma das fases mais relevante no processo maturacional e de aprendizagem da criança. O processo de aprendizagem depende das sinapses, das conexões que os neurônios estabelecem entre si, pois é através dessas conexões que se dá a formação das redes neurais e consequentemente, o aprendizado. Caso essas sinapses não sejam estimuladas, as mesmas podem ser perdidas.

Entretanto, é no sexto mês de vida intra-uterina que ocorre o estágio final da maturação do sistema nervoso, marcado pelo processo de mielinização, intensificando-se após o nascimento, em torno dos dois anos. A mielina forma uma bainha isolante que contribui para aumentar a velocidade de propagação do impulso nervoso, atribuindo maior eficiência na transmissão da informação. Desse modo, o processo de mielinização tem uma relação direta com a aprendizagem.

Nas diferentes áreas do córtex, não há uma mielinização homogênea. As regiões corticais com mielinização precoce controlam movimentos relativamente simples ou análises sensoriais, enquanto as áreas com mielinização tardia controlam as funções mentais elevadas. Assim, pode-se afirmar que a mielinização funciona como um índice aproximado da maturação cerebral.

Existe um período no processo de maturação do sistema nervoso, que o organismo é particularmente vulnerável, chamado de “período crítico do desenvolvimento”. Nesse período, os processos de desenvolvimento cognitivo podem ser mais facilmente alterados ou tornarem-se permanentes. Por isso, qualquer dano ou lesão ocorrido em alguma das fases pode ter uma conseqüência mais grave no desenvolvimento do ser humano.

Para saber mais:
Miranda, M.C.; Muszkat, M. Neuropsicologia do Desenvolvimento. In: Andrade, V.M.; Santos, F.H. dos e Bueno, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

Kolb, B.; Whishaw, I.Q. Neurociência do Comportamento. Barueri: Editora Manole Ltda, 2002.

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24 de setembro de 2008

Eventos Progressivos do Desenvolvimento Cerebral com ravioli de espinafre


Para que o desenvolvimento cerebral da criança seja melhor compreendido, abaixo será listado os principais eventos progressivos (indução neural, proliferação celular, migração e agregação seletiva, diferenciação neural e sinaptogênese), seguido por uma breve descrição das respectivas fases.

Na indução neural, o evento principal é a interação entre o ectoderma e o mesoderma subjacente. O mesoderma é determinante na diferenciação de parte do ectoderma em encéfalo e medula espinhal.

A fase da proliferação celular é marcada pelo surgimento de células-filhas a partir de células precursoras. A proliferação celular se intensifica após a formação do tubo neural, e este passa a ser formado de várias camadas celulares.

O processo de migração acontece até o final do quinto mês, que será o futuro córtex cerebral, ocorre uma lentificação no processo, porém, continua até o nascimento. Na fase de agregação, os neurônios jovens afins se agrupam e iniciam a formação de camadas ou núcleos, entidades grupos cito-arquitetônicas.

A fase de diferenciação neural consiste na gradativa expressão dos fenótipos neurais: no plano morfológico, o corpo celular aumenta em volume e o citoplasma emite prolongamentos; no plano bioquímico, os neurônios diferenciados começam a sintetizar moléculas que garantirão a função neural madura e no plano funcional, surgem e amadurecem no neurônio os diferentes sinais elétricos que serão utilizados para gerar, receber e transmitir informações. Nesta fase, o neuroblasto se transforma em neurônio propriamente dito.

A partir dessas especializações no plano morfológico, bioquímico e funcional, inicia-se a formação de conexões entre neurônios e estruturas efetuadoras. Essas conexões são denominadas sinapses e permitem a passagem do impulso nervoso entre as células.

Para saber mais:
Lent, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001.

Reed, U.C. Desenvolvimento normal do sistema nervoso central. Cap 21. In: Nitrini, R.; Bacheschi, L.A. A neurologia que todo médico deve saber, 2ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

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23 de setembro de 2008

Maturação do Sistema Nervoso com capeletti de carne


O sistema nervoso surge na 3ª a 4ª semanas pós-fecundação no embrião, como um espessamento longitudinal do ectoderma denominado placa neural; ao invaginar-se, esta placa se transforma em sulco neural e, posteriormente, em tubo neural. É a partir dele que o sistema nervoso central irá se desenvolver.


Ao longo do crescimento, o tubo neural se contorce e transforma-se em uma estrutura composta de três dilatações, conhecidas como vesículas encefálicas primitivas através do processo de diferenciação, dando origem às principais estruturas anatômicas principais do indivíduo adulto.


Na porção rostral do tubo neural, chamada de prosencéfalo, dará origem ao telencéfalo. que por sua vez, originará o córtex cerebral e os núcleos de base, e o diencéfalo. A porção do meio é chamada mesencéfalo; como não se modifica muito, continua sendo chamada assim. Já a porção caudal é chamada de rombencéfalo e, ao se dividir, dá origem ao metencéfalo, que por sua vez originará o cerebelo e a ponte, e ao mielencéfalo, que originará o bulbo.


O início do desenvolvimento do sistema nervoso se dá a partir de poucas células do embrião, chamadas de células-tronco neurais, que sofrem no útero, um grande crescimento chegando a atingir centenas de bilhões de células. Essas células possuem grande capacidade de autorenovação, capazes de se dividirem milhares de vezes, além de gerarem as células-mãe (precursoras), originando assim todos os tipos de neurônios e de gliócitos (células glias ou gliais) do sistema nervoso.


Para saber mais:

Bear, M.F.; Connors, B.W.; Paradiso, M.A. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre: Artmed, 2002.


Lent, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001.


Kolb, B.; Whishaw, I.Q. Neurociência do Comportamento. Barueri: Editora Manole Ltda, 2002.


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19 de setembro de 2008

O Conteúdo do Pensamento com couve-flor gratinada



O conteúdo do pensamento caracteriza-se à temática do pensamento, às qualidades ou características das idéias. As alterações do conteúdo são concretismo, idéias obsessivas, idéias delirantes e idéias deliróides.

Concretismo ou pensamento empobrecido: discurso pobre em conceitos abstratos, metáforas e analogias (exemplo: demência, delirium, retardo mental e esquizofrenia).

Idéias obsessivas: idéias absurdas, irracionais, sem sentido tidas pelos próprios pacientes; o indivíduo se esforça para afastar essas idéias de sua mente ou realiza rituais preventivos ou expiatórios (exemplo: sacrilégios, tentações, preságios).

Idéias delirantes: fenômeno primário, isto é, psicologicamente incompreensível, algo novo que se insere em um determinado instante.

Idéias deliróides: origina-se de alterações profundas de outras áreas da atividade mental que não o pensamento, que produzem juízos falsos (exemplo: deprimido com idéias de ruína ).

Para saber mais:

Cheniaux, E. Manual de Psicopatologia. 2a ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Kogan S.A., 2005.
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: ArtMed, 2000.

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17 de setembro de 2008

Avaliação Neuropsicológica Infantil com purê de batata baroa


O objetivo da avaliação neuropsicológica é investigar a presença de déficits cognitivos, sendo capaz de definir a extensão do comprometimento através de uma análise quantitativa e qualitativa dos resultados obtidos.


Este exame consiste na aplicação de escalas e testes psicológicos associados a entrevistas de anamnese, observação do comportamento e exames para que se possa ter um panorama do funcionamento cognitivo e comportamental da criança. Os testes utilizados incluem baterias que avaliam o processamento intelectual, habilidades adaptativas, atenção, funções executivas, memória, linguagem – fala receptiva e expressiva, lateralidade, habilidades vísuo-perceptivas, vísuo-espaciais e vísuo-construtivas, aprendizagem e aspectos emocionais.


Contudo, no que diz respeito à avaliação neuropsicológica infantil deve-se levar em consideração a maturação do sistema nervoso e o desenvolvimento cognitivo. Portanto, a avaliação neuropsicológica infantil deve ser sensível ao conjunto de sinais cognitivos e comportamentais apresentados durante o desenvolvimento da criança, reconhecendo-o como uma desordem do processamento neuropsicológico ou não.


Estar atento à compreensão das relações entre o cérebro e o desenvolvimento infantil, bem como das interações recíprocas da psicologia infantil e sua organização neurobiológica, é um fator relevante no estudo da neuropsicologia do desenvolvimento e na avaliação de crianças.


Para saber mais:

Miranda, M.C.; Muszkat, M. Neuropsicologia do Desenvolvimento. In: Andrade, V.M.; Santos, F.H. dos e Bueno, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

Riechi, T.I.J.S. Avaliação Neuropsicológica Infantil: o ideal e o real. In: Macedo, E.C., Mendonca, L.I.Z., Schiecht, B.B.G. & Ortiz, K.Z. & Azambuja, D.A. Avanços em Neuropsicologia: das Pesquisas à Aplicação Clínica. Sao Paulo: Santos, 2007.

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16 de setembro de 2008

Neuropsicologia e Avaliação Neuropsicológica com purê de batatas


A neuropsicologia é uma confluência entre as áreas das neurociências, ou seja, da neurologia, neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica e as ciências do comportamento. Esta nova área de conhecimento pode ser definida como uma ciência multidisciplinar, que procura estabelecer uma relação entre o cérebro e o comportamento humano. Investigando o papel desempenhado por sistemas cerebrais individuais em diferentes níveis de complexidade de atividade mental, em condições normais e patológicas.

Deste modo, como a neuropsicologia envolve o domínio das relações e interelações das funções cerebrias e do comportamento, para que haja essa investigação, a neuropsicologia necessita de instrumentos que possibilitem tal estudo como a avaliação neuropsicológica.

A avaliação neuropsicológica é um instrumento relevante na investigação das funções mentais, que tem se mostrado de valor fundamental no auxílio diagnóstico, elaboração do prognóstico, orientação para o tratamento, além do planejamento da reabilitação. Este exame consiste na aplicação de escalas e testes psicológicos associados a entrevistas de anamnese, observação do comportamento e exames para que se possa ter um panorama do funcionamento cognitivo e comportamental da criança.

Para saber mais:

Walsh, K.W. Neuropsychology: a clinical approuch. Ed. Churchill Livingstone, 3rd ed, 1994.

Camargo, C.H.P.; Bolognanu, S.A.P.; Zuccolo, P.F. O exame neuropsicológico e os diferentes contextos de aplicação. In: Malloy-Diniz, L.F.; Camargo, C.H.P.; Cosenza, R.M. et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2008.


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12 de setembro de 2008

Psicopatologia e Pensamento com Alecrim


O pensamento é constituído por diferentes dimensões do processo de pensar e pode ser distinguido por alguns momentos do pensamento como o Curso, a Forma ou Estrutura e o Conteúdo ou a Temática do pensamento.

O curso do pensamento é caracterizado pela maneira como o pensamento flui, sua velocidade e fluxo ao longo do tempo. Suas principais alterações são a aceleração, lentificação, bloqueio, roubo e inserção do pensamento. A aceleração flui muito rapidamente, onde uma idéia é seguida pela outra (exemplo: quadros de mania, alguns tipos de esquizofrenia, estados de ansiedade intensa). Já a lentificação flui bem lentamente e com um certa dificuldade e latência (exemplo: depressões graves, alguns quadros de rebaixamento da consciência). O bloqueio do pensamento caracteriza-se pela interrupção brusca e repentina do pensamento, sem motivo aparente (exemplo: esquizofenia). No roubo do pensamento, a pessoa tem a sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente por alguém ou alguma coisa. (exemplo: esquizofrenia). A inserção do pensamento é bem parecida com a alteração anterior, pois não é algo da própria pessoa, seria a inserção de novos pensamentos por outras pessoas ou por algo.

Definimos forma do pensamento como a estrutura básica do mesmo que é preenchida por diversos conteúdos e interesses da pessoa. As principais alterações são a fuga das idéias, dissociação do pensamento, afrouxamento das associações, descarrilhamento do pensamento e a desagregação do pensamento. A fuiga das idéias é uma alteração secundária a uma aceleração do pensamento mais acelerada, onde uma idéia segue à outra (exemplo: síndrome maníacas). Na dissociação ou desorganização do pensamento, há uma passagem progressiva, sem lógica e bem organizada do pensamento, os juízos não se articulam de forma coerente (exemplo: algumas formas de esquizofrenia). No afrouxamento das associações, as idéias ainda possuem uma certa lógica, mas as associações parecem soltas, não muito bem articuladas (exemplo: início da esquizofrenia e transtornos de personalidade principalmente na esquizotípica). No descarrilhamento, o pensamento passa a extraviar-se de seu curso normal, ocorrendo alguns desvios e atalho (exemplo: esquizofrenia e algumas síndromes maníacas). Já na desagregação do pensamento, há uma grande perda da coerência do pensamento, sobram apenas fragmentos dos mesmos (exemplo: formas avançadas de esquizofrenia e quadros demenciais).

Na próxima postagem, darei continuidade ao tema, inserindo o conceito de conteúdo do pensamento.

Para saber mais:
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: ArtMed, 2000.

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11 de setembro de 2008

Representação do Conhecimento com Creme de Queijo


O processamento das informações perceptivas internas pode ser chamado de imaginação perceptiva, elas têm como função preparar as pessoas para processar estímulos perceptivos externos e agir no mundo. Ou seja, o estudo das representações do conhecimento auxilia na maneira como nos organizamos e como utilizamos as informações na memória de longo prazo.

Uma teoria muito utilizada para o entendimento desse assunto é a Teoria do Código Duplo defendida por Paivio. Segundo ela, as representações das informações verbais e visuais são separadas, onde na memória humana, o melhor é quando codificamos visualmente e verbalmente uma informação.

As informações quando assimiladas são representadas em diferentes regiões do cérebro. Tanto as informações imaginadas quanto as informações perceptivas são representadas e processadas da mesma maneira.
Resumindo, a maneira como a informação é representada pode, conseqüentemente, afetar o modo como ela é processada.

Para saber mais:
Anderson, J.R. Psicologia Cognitiva e suas implicações experimentais.
Rio de Janeiro: LTC, 2004.

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8 de setembro de 2008

Psicopatologia e Memória com Açafrão


A memória é uma função cognitiva que tem como função fixar, conservar e evocar as impressões sensoriais recebidas, transmitidas e conscientizadas através das sensações. Essa função é altamente relacionada com a consciência do eu e o tempo interior, além de ser influenciada pela afetividade e a vontade.

As alterações na memória podem ser de ordem quantitativa ou qualitativa. As quantitativas são a hipermnésia (capacidade aumentada - casos de mania e uso de estimulantes), ecmnésia (súbita lembrança de determinados períodos do passado - epilepsia e afogados), criptomnésia ( contrário da ecmnésia - epilepsia), hipomnésia de fixação (incapacidade na retenção e recordação de acontecimentos recentes - demências, TCE, AVC) e hipermnésia de evocação (incapacidade de evocar fatos do passado remtoto).

As qualitativas são a alomnésias (ilusões de memória e falsas reminiscências) e paramnésias (alucinação de memória, lembranças de fatos que nunca existiram - esquizofrenia).



Para saber mais:

Dalgalarrondo, P. (2000). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. São Paulo: Artmed.


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