29 de setembro de 2009

Lateralidade com omelete de presunto


O conceito de lateralidade pode ser definido como predomínio de um lado do corpo sobre o outro, sendo utilizado com maior regularidade para referir-se à predominância de uma mão sobre a outra. Mas também pode ser considerada como a propensão do ser humano em usar de forma preferencial, um lado do corpo em relação ao outro aos níveis de mão, pé, olho e ouvido. De acordo com hipóteses e teorias, sabe-se que ela é existente em um dos lados do cérebro, e que funciona de forma cruzada (na maioria dos casos).




O intersse da pesquisa clínica pela predominância manual é que a mesma implica a predominância do hemisfério oposto. Em mais de 90% da população humana, a liguagem se encontra no henisfério esquerdo e seu esquema corporal no hemisfério direito. Entretanto, essa concordância não é absoluta, pois alguns indivíduos são ambidestros, cujo os hemisférios podem interver nessa atividade; e certos indivíduos são canhotos, o hemisfério dominante para a linguagem permanecendo em um grande número deles, do lado esquerdo como no destro, podendo estar dividido entre os dois hemisférios, ou, em somente 5% dos canhotos, encontra-se no hemisfério direito.

As explicações concernentes à dominâcia manual e suas relações com a dominância cerebral estão longe de ser unívocas. Algumas hipóteses foram discutidas acerca dessa temática: a hipótese embriológica, hipótese anatômica, hipótese genética, hipótese de lesões adquiridas precoces do hemisfério esquerdo, hipótese relacional, entre outras.

Para saber mais:

Barbizet, J e Duizabo, P. Manual de neuropsicologia. Porto alegre: Artes médicas, 1985.

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23 de setembro de 2009

Gerald Edelman e as "suas" consciências com iscas de peixe



Como Gerald Edelman percebia a consciência?
Quais eram os pressupostos alicerces de sua teoria da consciência?

Para Edelman, a consciência era dividida em primária e elaborada. A consciência primária é um estado em que nos encontramos mentalmente cientes das coisas que se passam no mundo, porém, não é acompanhado por qualquer sentido de uma pessoa com passado e futuro. Pode ser comporta por imagens mentais, mas está limitada a um ccerto tempo em torno do presente mensurável, estando isenta de conceitos de eu, de passado e do futuro e situa-se para além do registro descritivo individual direto a partir do seu ponto de vista. A consciência elaborada envolve o reconhecimento por um sujeito pensante, dos seus próprios atos ou afetos, um modelo do que é pessoal e do passado e do futuro, tal como presente. Exibe uma forma direta de estar ciente. É aquilo que como seres humanos possuímos para além da consciência primária.

Ao todo sua teoria era baseada em três pressupostos: 1) o pressuposto físico, 2) o pressuposto evolutivo e 3) o pressuposto dos qualia. No pressuposto físico, encontrava-se a base adequada mas não completamente suficiente para o estabelecimento de uma teoria da consciência. O pressuposto evolutivo diz respeito à aquisição da consciência que conferiu diretamente capacidade de adaptação evolutiva aos indivíduos que a possuem, ou forneceu a base para outros traços que aumentam a capacidade de adaptação. Para entender o pressuposto dos qualia é necessário entender primeiramente o que é qualia. Qualia são um conjunto de experiências, sentimentos e sensações pessoais ou subjetivas que acompanham o estar consciente. Eles não podem ser completamente partilhados por outro indivíduo. Esse pressuposto dos qualia estabelece a distinção entre a consciência elaborada da primária.

Para saber mais:

Edelman, G. Biologia da consciência. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.

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22 de setembro de 2009

Emoções e sentimentos "damasianos" com azeitona e salame


Até que ponto os processos racionais e não racionais estão alinhados respectivamente com as estruturas corticais e subcorticais do cérebro??? Para Antônio Damasio, as emoções e os sentimento estabelecem essa ponte!


Damásio percebe as emoções em duas partes: 1) as emoções "iniciais" primárias e 2) as emoções "adultas" secundárias. As emoções primárias são uma programação inata pré-organizada no mundo ou em nossos corpos e envolve os circuitos do sistema límbico, amígdala e córtex cingulado. Já as emoções secundárias são aprendidas e envolvem a categorização de representações de estímulos associados a respostas anteriores, avaliadas como boas ou ruins. as estruturas do sistema límbico não são suficientes, há uma interação do córtex pré-frontal e somatossensorial.

Apesar desta interrelação, essas duas formas de emoção são distintas.
Isto é, emoção é a combinação de um processo avaliatório mental com respostas dispositivas a esse processo, em sua maioria, dirigidas ao corpo propriamente dito, resultando num estado emocional do corpo, mas também dirgidas ao próprio cérebro, resultando em alterações mentais adicionais. O sentimento é a experiência dessas mudanças.

Todas as emoções, segundo Damasio, originam de sentimentos, mas nem todos os sentimentos provém da emoção. O sentimento é uma cognição do nosso estado visceral e musculatura esquelética, quando é afetado por mecanismos pré-organizados e por estruturas cognitivas que desenvolvemos sob sua influência. Esses sentimentos provémd o próprio corpo, por isso, se opõe a visão tradicional de exclusão das emoções do estudo das ciências cognitivas; as emoções tambpem são cognitivas!

Para saber mais:

DAMASIO, A.R. O Erro de Descartes: Emoção, Razão e o Cérebro Humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

GIUGLIANO, L. G. ; TOMAZ, Carlos . A razão das emoções: um ensaio sobre O erro de Descartes. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 2, n. 2, p. 407-411, 1997.

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21 de setembro de 2009

Transtornos de ansiedade e sua importância com carne-seca desfiada e cebola



A ansiedade é um um fenômeno complexo que pode se expressar de três formas distintas:

1) atividade consciente: insomnia, falta de concentração, desconforto;
2) reações comportamentais: movimentação das mãos e pés, andar de um lado para o outro;
3) respostas fisiológicas: sudorese, palpitação, náuseas.

Quando o sentimento de ansiedade ou medo tornam-se exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, interferindo a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho no cotidiano do indivíduo. Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida de 9% e 15% respectivamente, segundo Castillo e colaboradores.

Geralmente, os transtornos de ansiedade estão associados a sistemas neurais responsáveis por processamento, interpretação e reação a estímulos que indicam situações potenciais ou reais de perigo. Alguns estudiosos propõe que o transtorno de ansiedade generalizada está associado ao sistema responsável pelo gerenciamento de estímulos potenciais de perigo que dão origem ao sentimento de medo. Já o ataque de pânico, estaria relaionado a sistemas resposáveis pelo processamento de estímulos reais de perigo e que dão origem ao sentimento de dor.


Para saber mais:

Castillo, A.R., Recondo, R., Asbahr, F.R., Manfro, G.G. Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr. 22: 20-23, 2000.

Landeira-Fernandez, J.; Silva, M.T.A. (Org). Intersecções entre psicologia e neurociências. Rio de Janeiro: Medbook, 2007.

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18 de setembro de 2009

Frenologia com frango à passarinho


A frenologia é uma teoria proposta por Franz Joseph Gall no final do século XVIII a qual teve grande influência na ciência e nas humanidades durante a maior parte do século XIX. O estudo da frenologia dizia respeito à estrutura do crânio, de modo a determinar o caráter das pessoas e a sua capacidade mental. Os estudiosos acreditavam que as faculdades mentais estão localizadas em "órgãos" cerebrais na superfície que podem ser detectados por inspeção visual do crânio.

Gall distanciou-se do pensamento dualista vigente como também intuiu corretamente que existiam muitas partes que formavam o cérebro e que possuiam também, especializações em termos das funções desempenhadas por essas partes. Para ele, cada parte individual do cérebro era independente ("centros"). Hoje em dia, sabemos que não existem "centros" individuais, o que existem são "sistemas" formados por várias unidades cerebrais interligadas. A mente resulta não só da operação de cada um dos diferentes componentes, mas também da operação concertada dos sistemas múltiplos constituídos por esses diferentes componentes.

Sem dúvida, as idéias de Gall e seus colaboradores influenciaram bastante o conhecimento cerebral. Entretanto, cometeram alguns erros tais como a especialização cerebral, a noção de "centro" cerebral, a idéia que os diferentes órgaos cerebrais geravam faculdades mentais que eram proporcionais ao tamanho do órgão, a idéia de que todos os órgãos e faculdades eram inatos, noção do tamanho como índice de "potência", a noção de que os órgãos podiam ser identificados externamente pelas observação das bossas do cérebro, entre outras.

Para saber mais:

DAMÁSIO, António R. O Erro de Descartes: Emoção, Razão e o Cérebro Humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

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15 de setembro de 2009

Memória de trabalho e compreensão de textos com refogado de repolho


O ato de aprender a ler envolve a aquisição da habilidade de decodificar uma palavra, que é a habilidade de identificar cada palavra separadamente e a habilidade de compreender o texto escrito, obtendo um coerência entre as idéias e o conhecimento já existente na memória de longo-prazo. Um componente da memória de trabalho relevante nesse processo é a alça fonológica.


Estudos apontam forte ligação entre a memória de trabalho e a habilidade de compreensão de um texto: déficits na memória de trabalho foram encontrados no baixo desempenho em testes que avaliaram a compreensão da leitura, o desempenho de tarefas de memória de trabalho é um bom indicador do nível de compreensão da leitura.

Outros estudos apontam que um adulto ou uma criança com uma fraca compreensão de leitura têm prejuízo em mecanismos inibitórios, por exemplo, lentificação para suprimir significados de palavras ambíguas irrelevantes. Em tarefas de memória, crianças com uma fraca compreensão apresentam grande número de intrusões na evocação das palavras.

Para saber mais:

Alloway, T. P. How does working memory work in the classroom? Educational Research and Reviews, vol. 1(4), p. 134-139, (2006).

De Jong, P. F. Understanding normal and impaired reading development: A working memory perspective. In: Pickering, S.J. (Org). Working memory and education. Elsevier Press, (2006).

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14 de setembro de 2009

Memória de trabalho e falhas na aritmética com suflê de cenouras



A matemática é um domínio complexo em que há a contribuição de uma série de habilidades cognitivas para seu desempenho, cuja uma delas é a memória de trabalho. A relação entre a memória de trabalho e as habilidades aritméticas varia de acordo com a idade das crianças, bem como das tarefas matemáticas. No entanto, estima-se que aproximadamente 3 a 6% de crianças em idade escolar apresentam dificuldades matemáticas.

Evidências de estudos na população normal sugerem que os diferentes componentes de memória de trabalho podem ter papéis especializados na aritmética. Por exemplo, a alça fonológica parece estar envolvida na contagem e na retenção de informação de cálculos complexos. O esboço vísuo-espacial parece estar envolvido em problemas com muitos dígitos onde o conhecimento visual e espacial do posicionamento da coluna é necessária. O papel do executivo central também foi observado. Acredita-se que é responsável por iniciar e orientar o processamento, com a coordenação do desempenho de duas ou mais tarefas separadas, mudança na recuperação de estratégias da memória de longo prazo.

Para saber mais:


Logie, R. H.; Gilhooly, K. J.; Wynn, V. Counting on working memory in arithmetic problem solving. Memory & Cognition, vol. 22, p. 395–410, (1994).

McLean, J. F.; Hitch, G. J. Working memory impairments in children with specific arithmetic learning difficulties. Journal of Experimental Child Psychology, vol. 74, p. 240-260, (1999).

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11 de setembro de 2009

Memória de trabalho e a dificuldade de aprendizagem com gratinado de legumes



Ao longo do desenvolvimento da memória de trabalho, nos é permitido extrair ou adquirir mais informações para usar em todas as nossas atividades do dia-a-dia, assim como, no futuro. Muitas vezes, a memória de trabalho se sobrepõe em parte com outras funções cognitivas, como por exemplo, a memória imediata, a atenção, inteligência fluida, as funções executivas e ao controle de interferência. Este sistema desempenha um papel crucial em muitas formas de cognição complexa tais como a aprendizagem, raciocínio e compreensão da linguagem.

O termo distúrbio de aprendizagem tem sido usado para indicar uma perturbação ou falha na aquisição e utilização de informações ou na habilidade para solução de problemas. Porém, quando essa falha existe, acaba implicando na modificação dos padrões de aquisição, assimilação e transformação, seja por vias internas ou externas ao indivíduo.

Essa falha ou déficit pode envolver algumas habilidades, tais como: linguagem oral (fonologia, morfologia, semântica, sintaxe), leitura (habilidade no uso da palavra, reconhecimento de letras, compreensão), escrita (soletrar, ditado, cópia), matemática (habilidade de cálculo básico, raciocínio matemático) e nas combinações e/ou relações entre elas.


Para saber mais:

Alloway, T. P. How does working memory work in the classroom? Educational Research and Reviews, vol. 1(4), p. 134-139, (2006).

Ciasca, S. M. Distúrbios e dificuldades de aprendizagem: questão de nomenclatura. In: Ciasca S.M. (org). Distúrbios de aprendizagem: Proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, (2003).

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