18 de setembro de 2009

Frenologia com frango à passarinho


A frenologia é uma teoria proposta por Franz Joseph Gall no final do século XVIII a qual teve grande influência na ciência e nas humanidades durante a maior parte do século XIX. O estudo da frenologia dizia respeito à estrutura do crânio, de modo a determinar o caráter das pessoas e a sua capacidade mental. Os estudiosos acreditavam que as faculdades mentais estão localizadas em "órgãos" cerebrais na superfície que podem ser detectados por inspeção visual do crânio.

Gall distanciou-se do pensamento dualista vigente como também intuiu corretamente que existiam muitas partes que formavam o cérebro e que possuiam também, especializações em termos das funções desempenhadas por essas partes. Para ele, cada parte individual do cérebro era independente ("centros"). Hoje em dia, sabemos que não existem "centros" individuais, o que existem são "sistemas" formados por várias unidades cerebrais interligadas. A mente resulta não só da operação de cada um dos diferentes componentes, mas também da operação concertada dos sistemas múltiplos constituídos por esses diferentes componentes.

Sem dúvida, as idéias de Gall e seus colaboradores influenciaram bastante o conhecimento cerebral. Entretanto, cometeram alguns erros tais como a especialização cerebral, a noção de "centro" cerebral, a idéia que os diferentes órgaos cerebrais geravam faculdades mentais que eram proporcionais ao tamanho do órgão, a idéia de que todos os órgãos e faculdades eram inatos, noção do tamanho como índice de "potência", a noção de que os órgãos podiam ser identificados externamente pelas observação das bossas do cérebro, entre outras.

Para saber mais:

DAMÁSIO, António R. O Erro de Descartes: Emoção, Razão e o Cérebro Humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

Imagem:

http://h0bbes.files.wordpress.com/2006/11/phrenology-2.jpg

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