21 de maio de 2008

Docência: Evolução do desenho infantil ao funghi

Assim como a linguagem, o desenvolvimento do desenho da criança possui uma maturação das habilidades de motricidade e pensamento simbólico. Percebe-se uma simultaneidade na percepção dos elementos do desenho contraposto à linearidade da fala e da escrita, isto é, há uma relação direta entre a evolução do desenho e da escrita, de certa forma, ambos são meios de expressão e comunicação.


A partir do desenho, a criança tem a possibilidade de lidar com o lúdico, de se expressar, de registrar um fato, entretanto, cada fase ou estágio do desenho, assume um caráter próprio. Apesar das diferenças individuais e da personalidade, esses estágios seguem uma padronização de acordo com a faixa etária.


De acordo com uma análise piagetiana, o autor ira dividir em cinco fases: garatuja, pré-esquematismo, esquematismo, realismo e pseudo-naturalismo. No estágio das garatujas ou rabiscos (figura 1), ela pode se subdividir em desordenada e ordenada, onde na primeira a criança faz simples riscos, ignora o limite do papel e mexe todo o corpo para desenhar; já na forma ordenada, as garatujas vão apresentando linhas mais longitudinais, tornando-se mais circulares e, por fim, se fecham em formas independentes. No estágio pré-esquemático (figura 2), aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade, onde os desenhos são dispersos inicialmente, a aparecem as primeiras relações espaciais, além do surgimento do vínculo emocional.


No estágio esquemático (figura 3), a criança já faz operações concretas, esquemas representativos, expressão de experiências novas. O desenho já possui uma linha de base, conceito bem definido de figura humana. No estágio de realismo (figura 4), existe uma maior consciência do sexo e da auto-crítica, além do descobrimento do plano e da superposição, abandonando a linha base e do esquema de cor, sendo enfocado o conteúdo emocional. Por último, o estágio pseudo-naturalista (figura 5), entrando na fase das operações concretas. A arte deixa de ser vista como uma atividade espontânea. Aparece a tendência visual (objetividade) e háptico (subjetividade).


Para saber mais:
Piaget, J. A formação dos símbolos na infância. PUF, 1948.
Meredieu, F. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 1974.

Imagem:
http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/Sentir.htm

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