
O paradigma “n-back” exige um monitoramento “on-line” mental, atualização de conteúdo e manipulação da informação a ser lembrada, demandando grande esforço no que diz respeito a um número de processos-chave da memória de trabalho. De forma geral, o participante deve monitorar uma série de estímulos e responder apenas quando um determinado estímulo (previamente discriminado) é mostrado, que é o mesmo apresentado em n “ensaios” anteriores (onde o n é um valor pré-estabelecido, geralmente 1, 2 ou 3 “ensaios”). Um número robusto de estudos utilizaram diferentes tipos de estímulos tais como visual-espacial, auditivo e olfativo, no paradigma “n-back”, relacionando distintas habilidades da memória de trabalho à áreas cerebrais.
O paradigma “n-back” é bastante utilizado tanto como uma medida segura de memória de trabalho e funções relacionadas, assim como também é empregado, com sucesso, no treinamento da própria memória de trabalho, seja por efeitos de transferência entre as funções cognitivas ou por efeitos diretos, agindo como instrumento confiável de intervenção cognitiva. Além disso, o uso do paradigma “n-back” como ferramenta educacional em diferentes faixas etárias permite o reforço e até mesmo a correção em etapas cruciais no desenvolvimento de diferentes funções cognitivas nas crianças, além de possibilitar o planejamento de intervenções futuras.
Para saber mais:
Jaeggi, S. M.; Buschkuehl, M.; Jonides, J.; Perrig, W. J. Improving fluid intelligence with training on working memory. Proceedings of National Academy of Science of USA, vol. 105, p. 6829-6833, 2008
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