19 de novembro de 2008

Terceira Unidade Funcional ou "O Cérebro Em Ação" com suflê de chuchú


A terceira unidade funcional é uma unidade de programação, regulação e verificação da atividade, além de relacionar-se na criação de planos, estratégias e formação de intenções, programação das ações, regulação dos movimentos voluntários e, inspecionamento e verificação do mesmo. Esta unidade está localizada nas regiões anteriores do córtex, em frente ao sulco central, formando os lobos frontais.

De acordo com Luria, o homem não está passivo ao ambiente, criando planos e estratégias para suas ações, verificando sua realização e regulando seu comportamento. Posteriormente, o indivíduo inspeciona sua atividade consciente, comparando os prós e contras de suas ações. Pensando nisso, poderíamos relacionar essa unidade funcional ao conceito conhecido atualmente como Funções Executivas.

Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.
_______. Fundamentos da Neuropsicologia. São Paulo: Ed. USP, 1981.

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http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368029114/in/photostream/

18 de novembro de 2008

Segunda Unidade Funcional ou "O Cérebro Informado" com suflê de couve-flor

A segunda unidade funcional é formada pela região posterior das superfícies laterais e os lobos occipital, temporal e parietal. Como dito na postagem posterior, essa unidade relaciona-se à recepção, análise e armazenamento de informações, interferindo diretamente na análise, codificação e armazenamento das informações sensoriais. Isto é, informações visuais, auditivas, vestibulares e táteis, onde podemos incluir os estímulos gustativos e olfatórios. Por isso do termo "Cérebro Informado". Essa unidade está dividida em três áreas: primária (ou de projeção), secundária (ou de associação unimodal) e terciária (ou de associação polimodal).

A área primária é a mais elementar e recebe impulsos indiferenciados e estímulos especializados dos órgãos sensoriais através das vias de projeção sensorial tais como graduação de cor, linhas, direção dos movimentos (estímulos visuais); diferenciação de estímulos auditivos de acústicos; e estímulos sensoriais gerais respondendo à estímulos da face, lábios e língua.

A área secundária está intimamente ligada e superposta à área primária. Possui função de síntese da informação sensorial recebida da área anterior em todas as formas perceptuais, organizando e convertendo todos estímulos que alcançam a área primária, além de tornar mais complexas algumas sensações cutâneas e cinestésicas.

A área terciária situam-se entre as regiões occipital, temporal, parietal e pós-central, formando em sua maior parte a região parietal inferior. Essas áreas encarregam-se nas integrações das excitações que chegam dos diferentes analisadores; é o nível mais complexo de processamento.

Resumindo: as áreas de projeção estão relacionadas à sensibilidade e motricidade, enquanto as áreas de associação, às funções psíquicas complexas.



Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.

Imagem:

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17 de novembro de 2008

Primeira Unidade Funcional ou "O Cérebro Desperto" com suflê de palmito


A primeira unidade funcional é a unidade mais primitiva. Ela é responsável pela regulação do tônus cerebral, da vigília e dos estados mentais, e está altamente relacionado à atenção e às condições do recebimento e integração das informações internas e externas. Por isso, também é chamada de "O Cérebro Desperto".

A relevância desta unidade se dá por causa da ativação das atividades mentais, processando, organizando e corrigindo as informações que são recebidas. Esta unidade relaciona-se com o controle da atividade elétrica cortical, controle eferente da sensibilidade, controle da motricidade somática e controle do sistema nervoso autônomo. As principais estruturas que constituem essa unidade são: estruturas situadas no tronco cerebral, no diencéfalo e nas superfícies mediais dos hemisférios cerebrais, tendo o sistema de ativação reticular como o principal componente.

Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.

Imagem:

http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368029598/

16 de novembro de 2008

Luria e as Unidades Funcionais com suflê de cenoura


Alexander Romanovich Luria (1902-1977), médico e neuropsicólogo, acreditava que toda atividade mental humana seria um sistema funcional complexo efetuado por meio de uma combinação de estruturas cerebrais funcionando em harmonia, onde cada uma dá sua contribuição para o sistema funcional como um todo.

Na década de 7o, Luria, a partir do estabelecimento das relações entre as funções psicológicas e o funcionamento do cérebro, Luria elabora a Teoria dos Sistemas Funcionais, descrevendo três unidades funcionais, organizadas de maneira hierárquica e integrada funcionalmente.

- A primeira unidade relaciona-se a regulação do tônus, da vigília e dos estados mentais.
- A segunda unidade refere-se a capacidade de receber, analisar e armazenar as informações.
- A terceira unidade diz respeito a capacidade de programar, regular e verificar a atividade.

Nas próximas postagens, explicarei melhor sobre cada uma das unidades funcionais.

Para saber mais:

Luria, A. R. The Working Brain. An introduction to neuropsychology. New York: Basic Books, 1973.

Imagem:

http://www.flickr.com/photos/neregauzak/368031316/in/photostream/

10 de novembro de 2008

Elaboração de um instrumento de medidas com vatapá



Ao construirmos um instrumento, seja ele um teste, questionário, ou qualquer outra técnica é necessário que alguns cuidados sejam tomados para que se tenha uma segurança em seus resultados. Inicialmente, deve-se ter em mente o que o instrumento deve medir e como deve medir e para que este objetivo seja alcançado inúmeras pesquisas exploratórias são realizadas. Para tanto, toda medida deve apresentar dois relevantes requisitos: a validade ou validez, e a confiabilidade ou fidedignidade. Isto é, uma medida confiável geram dados replicáveis e consistentes, enquanto uma medida válida representam precisamente as características que se pretende medir.


A qualidade da medição está estritamente relacionada ao refinamento e à validade empírica de constructos. Nada adianta ter uma boa teoria se os seus constructos não são testados empiricamente, se suas variáveis não são válidas, o que pode ocasionar em suposições e conclusões incorretas.



Para saber mais:

Martins, G.A. Sobre Confiabilidade e Validade. RBGN, São Paulo, Vol.8, n. 20, p. 1-12, jan/abr, 2006.

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5 de novembro de 2008

Instrumentos para a Avaliação das Funções Executivas com Kafta


Como foi dito anteriormente, as funções executivas estão relacionadas à capacidade do sujeito de engajar-se a um comportamento orientado a objetivos, fazendo uso das ações voluntárias, independentes, auto-organizadas e direcionadas a metas específicas. Pesquisadores como Duncan, Johson, Swales e Frees (1997) e Gazzaniga, Ivry e Mangun (2002), a partir de estudos posteriores, localizaram as bases neurológicas desse construto no córtex pré-frontal, especificamente no córtex pré-frontal lateral e no giro cingulado anterior.

Inicialmente, as funções executivas foram estudadas como sendo um constructo único, entretanto, pesquisas recentes têm observado a necessidade de fragmentar essa função cognitiva em alguns componentes como controle inibitório do comportamento, memória de trabalho, atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e planejamento de estratégias. Portanto, seria interessante que cada componente fosse avaliado durante uma testagem neuropsicológica. A partir desses estudos, podemos verificar a sensibilidade de cada instrumento no que diz respeito à cada componente das funções executivas.

Ao longo desses últimos anos, têm sido desenvolvidos muitos testes a fim de avaliar esses componentes tais como o Teste de Stroop, Fluência Verbal -FAS, Teste de Geração Semântica, Teste de Trilhas, Torre de Londres e Torre de Hanoi, Teste de Memória de Trabalho Auditiva, Subteste Dígitos na Escala Weschler de Inteligência para crianças e para adultos, Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, entre outros. Infelizmente, muitos desses testes e tarefas não estão validados, isto é, só podem ser utilizados como material de pesquisa, apenas como um complemento qualitativo a sua avaliação.

Para saber mais:

Capovilla, A.G.S. Desenvolvimento e validação de isntrumentos neuropsicológicos para avaliar funções executivas. Avaliação Psicológica, 5(2), pp.239-241, 2006.

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