30 de maio de 2008

Neurociências: Sistema Límbico com arroz integral


O sistema límbico está intimamente relacionado com a função de regulador do sistema nervoso autônomo e dos processos motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo, como fome, sede e sexo. Além disso, está relacionado aos mecanismos de memória e aprendizagem, e da regulação do sistema endócrino.

Os componentes do sistema límbico podem ser agrupados em duas áreas: cortical (giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo) e subcortical (corpo amigdalóide, área septal, núcleos mamilares, núcleos anteriores do tálamo e núcleos habenulares).

Ao longo do tempo algumas teorias foram formuladas como a de James-Lange, Cannon e Bard, ativação de Lindsley e Papez. A partir do desenvolvimento de novas técnicas de neuroimagem, nosso conhecimento sobre as conexões do sistema límbico com outras estruturas vêm aumentando.


Para saber mais:

Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.

Imagem:

http://www.espacocomenius.com.br/sistema_limbico.jpg

27 de maio de 2008

Neurociência: Núcleos da Base com arroz gratinado


Os núcleos da base (ou gânglios da base) são um grupo de núcleos que estão interconectados com o córtex cerebral, tálamo e tronco cerebral. Os principais núcleos são o estriado (caudado e putâmen), globo pálido, núcleo subtalâmico e substância negra.


Nos mamíferos, esses núcleos estão associados ao controle motor, cognição, emoções e aprendizado. Como principais funções podemos citar a programação, iniciação e terminação, associadas a respostas motoras voluntárias e à memória procedural, assim como o controle da atividade motora através da regulação de impulsos neuromotores, auxiliando o planejamento e execução de movimentos realizados em seqüência.


O mau funcionamento de alguma dessas estruturas pode ocasiornar algumas síndromes como o Parkinsonismo e a Coréia de Huntington. No Parkisionismo, há uma degeneração dos neurônios da substância negra, ocasionando rigidez muscular, tremores nos braços e nas mãos e lentidão na execução de uma movimento. Já na Coréia, há uma alteração dos neurotransmissores presentes no corpo estriado, principalmente, acetilcolina, o que ocasionará hipotonia e realização de movimentos involuntários.


Para saber mais:

Gobbi, L.T.B.; Pieruccini-Faria, F.; Silveira, C.R.A. e Caetano, M.J.D. Núcleos da base e controle locomotor: aspectos neurofisiológicos e evidências experimentais. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, p.97-101, Suplemento n.5., set. 2006.

*Slides da aula de neuroanatomia II - Yossi Zana. Ver http://www.landeira.org/disciplina.html

Imagem:

http://www.afh.bio.br/nervoso/img/ganglios%20basais%200.gif

25 de maio de 2008

Neurociência: Hipófise com arroz à espanhola

A hipófise ou glândula pituitária é uma glândula endócrina, que se liga ao hipotálamo e produz diversos hormônios. Ele é dividida em três partes: lobo anterior ou adeno-hipófise, posterior ou neuro-hipófise e intermédio (pouco desenvolvido no homem).

A parte anterior ou adeo-hipófise, através de conexões com o hipotálamo, integra sinais estimulatórios e inibitórios centrais e periféricos para as células da hipófise. Hormônios são liberados pelas células neurosecretoras do hipotálamo, que são transportados para a hipófise anterior, liberando hormônios que controlam a atividade de outras glândulas.

* Hormônios produzidos pela hipófise anterior:
  • Samatotrofina (GH) - Hormônio do crescimento.
  • Hormônio tireotrófico (TSH) - Estimula a glândula tireóide.
  • Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) - Age sobre o córtex das glândulas supra-renais.
  • Hormônio folículo-estimulante (FSH) - Age sobre a maturação dos folículos ovarianos e dos espermatozóides.
  • Hormônio luteinizante (LH) - Estimulante das células intersticiais do ovário e do testículo; provoca a ovulação e formação do corpo amarelo.
  • Hormônio lactogênico (LTH) ou prolactina - Interfere no desenvolvimento das mamas, na mulher e na produção de leite.
  • Os hormônios designados pelas siglas FSH e LH podem ser reunidos sob a designação geral de gonadotrofinas.

A parte posterior ou neuro-hipófise é conectada ao hipotálamo. Hormônios são produzidos nos corpos celulares dos nervos posicionados no hipotálamo, onde são transportados pelos axônios das células nervosas em direção à hipófise posterior.


* Hormônios produzidos pela hipófise posterior:
  • Oxitocina - Age particularmente na musculatura lisa da parede do útero, facilitando, assim, a expulsão do feto e da placenta.
  • Hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina - Constitui-se em um mecanismo importante para a regulação do equilíbrio hídrico do organismo.



Para saber mais:
Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.

*Slides da aula de neuroanatomia II - Yossi Zana. Ver http://www.landeira.org/disciplina.html

Imagem:
http://www.cabuloso.com/Anatomia-Humana/Sistema-Endocrino/foto/hipofise.jpg

24 de maio de 2008

Neurociência: Hipotálamo com arroz piamontese

O hipotálamo é praticamente constituído de substância cinzenta, possui vários núcleos, sendo o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, onde é um dos principais responsáveis pela homeostase corporal, funcionando como um "termostato" natural. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas.


No que diz respeito as funções desempenhadas podemos dividí-los no controle vegetativo e endócrino, e nas funções comportamentais.

1 - Controle vegetativo e endócrino:

a) regulação cardio vascular: modificação da pressão arterial e frequência cardíaca.
b) regulação da temporatura: o sangue passa pelo hipotálamo, no qual irá determinar a temperatura do corpo, fazendo com que o mesmo regule a temperatura.

c) regulação hídrica: estimula a sede da pessoa ou retém a água na urina.
d) contração do útero e saída do leite: ligado à produção de ocitocina.
e) regulação gastrointestinal: possui uma área que é o centro da fome, relacionando-se a ingestão de alimentos e saciedade da fome.
f) controle sobre a hipófise: secreta hormônios que atuam como liberadores dos hormônios da hipófise anterior.

2 - Funções comportamentais:


a) hipotálamo lateral: relaciona-se com a sede, fome e agressividade.
b) hipotálamo ventromedial: relaciona-se com a saciedade da fome, da sede e tranquilidade.
c) região periventricular do hipotálamo: relaciona-se com a postura do medo ou de reação de punição.
d) hipotálamo anterior e posterior: relaciona-se com a atividade sexual.



Para saber mais:
Guyton & Hall: Tratado de Fisiologia Médica. 10ª Ed. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2005.


Imagem:
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-nervoso/imagens/divisao-do-sistema-nervoso-10.jpg

23 de maio de 2008

Neurociência: Tálamo com arroz à grega


O prosencéfalo irá se dividir em diencéfalo, dando origem ao tálamo e hipotálamo, e em telencéfalo, dando origem ao córtex cerebral, sistema límbico e núcleos da base. Nesta postagem, darei maior atenção ao tálamo.

Tálamo

O tálamo é responsável pelo processamento e retransmissão de informações para o córtex cerebral onde podemos dividi-lo em núcleos: anterior, dorsomedial, lateral dorsal e lateral posterior, pulvinar, ventral anterior, ventral lateral, ventral posterior lateral e medial, intralaminares, da linha média, reticulares, e os geniculados laterais e mediais.

Sendo os três núcleos mais importantes os seguintes: sensorial, somatossensorial e motor. O núcleo sensorial é composto pelo núcleo geniculado lateral, que recebe informações dos olhos, repassando para o córtex visual primário, e o núcleo geniculado medial, que recebe informações do ouvido interno, projetando-o para o córtex auditivo. O núcleo somatossensorial, núcleo ventral posterior, recebe informações sobre o corpo e face, projetando as informações para o córtex somatossensorial. E por fim, o núcleo motor, núcleo ventrolateral e anterior, que recebe informações do cerebelo e projeta para o córtex motor primário.

Devido aos seus inúmeros núcleos e conexões, indica que essa estrutura possui diversas funções.

a) ligada à sensibilidade: Possui o papel de distribuir às áreas específicas do córtex impulsos, exceto impulsos olfatórios. Isto é, além de retransmitir os impulsos, integrá-los e modificá-los, acredita-se que o córtex só seria capaz de interpretá-lo através do tálamo. Outro fato interessante é que a sensibilidade talâmica ao contrário da cortical, não é discriminativa, não podendo reconhecer forma ou tamanho de um objeto pelo tato (por exemplo).

b) ligada à motricidade: através dos núcleos ventral anterior e lateral, interpostos, respectivamente, em circuitos pálido-corticais e cerebelo-corticais.

c) ligada ao comportamento emocional: através dos núcleos anterior, integrantes do sistema límbico e do núcleo dorsomedial com suas conexões com a área pré-frontal.

d) ligada à ativação do córtex: através dos núcleos talâmicos inespecíficos e suas conexões com o sistema ativador reticular ascendente.



Para saber mais:
Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.
*Slides da aula de neuroanatomia II - Yossi Zana. Ver http://www.landeira.org/disciplina.html

Imagem:
http://www.proyectosalonhogar.com/CuerpoHumano/Cerebro/diencefalo.jpg

21 de maio de 2008

Docência: Evolução do desenho infantil ao funghi

Assim como a linguagem, o desenvolvimento do desenho da criança possui uma maturação das habilidades de motricidade e pensamento simbólico. Percebe-se uma simultaneidade na percepção dos elementos do desenho contraposto à linearidade da fala e da escrita, isto é, há uma relação direta entre a evolução do desenho e da escrita, de certa forma, ambos são meios de expressão e comunicação.


A partir do desenho, a criança tem a possibilidade de lidar com o lúdico, de se expressar, de registrar um fato, entretanto, cada fase ou estágio do desenho, assume um caráter próprio. Apesar das diferenças individuais e da personalidade, esses estágios seguem uma padronização de acordo com a faixa etária.


De acordo com uma análise piagetiana, o autor ira dividir em cinco fases: garatuja, pré-esquematismo, esquematismo, realismo e pseudo-naturalismo. No estágio das garatujas ou rabiscos (figura 1), ela pode se subdividir em desordenada e ordenada, onde na primeira a criança faz simples riscos, ignora o limite do papel e mexe todo o corpo para desenhar; já na forma ordenada, as garatujas vão apresentando linhas mais longitudinais, tornando-se mais circulares e, por fim, se fecham em formas independentes. No estágio pré-esquemático (figura 2), aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade, onde os desenhos são dispersos inicialmente, a aparecem as primeiras relações espaciais, além do surgimento do vínculo emocional.


No estágio esquemático (figura 3), a criança já faz operações concretas, esquemas representativos, expressão de experiências novas. O desenho já possui uma linha de base, conceito bem definido de figura humana. No estágio de realismo (figura 4), existe uma maior consciência do sexo e da auto-crítica, além do descobrimento do plano e da superposição, abandonando a linha base e do esquema de cor, sendo enfocado o conteúdo emocional. Por último, o estágio pseudo-naturalista (figura 5), entrando na fase das operações concretas. A arte deixa de ser vista como uma atividade espontânea. Aparece a tendência visual (objetividade) e háptico (subjetividade).


Para saber mais:
Piaget, J. A formação dos símbolos na infância. PUF, 1948.
Meredieu, F. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 1974.

Imagem:
http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/Sentir.htm

20 de maio de 2008

Neurociências: Sistema Nervoso com batata sauté


Critérios EMBRIONÁRIOS:

Como visto anteriormente, o sistema nervoso tem como função se relacionar com o próprio organismo e com o ambiente. Durante a evolução do ser humano, o ectoderma será aquele que dará origem ao sistema nervoso, a partir do espassamento do ectoderma, formando a placa neural. Esta cresce progressivamente junto com o tubo neural, onde posteriormente o tubo dará origem a elementos do sistema nervoso central (SNC), enquanto a crista neural, do sistema nervoso periférico (SNP).

O encéfalo é originado da parte cranial, que ao dilatar-se constitui o arquencéfalo e a parte caudal dá origem a medulo primitiva do embrião. Inicialmente, no arquencéfalo, irão existir três dilatações: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo.

Com o desenvolvimento do embrião, o prosencéfalo dá origem ao telencéfalo (origina a lamina terminalis) e diencéfalo (originará o epitálamo, tálamo e hipotálamo). O mesencéfalo (a partir do estreitamento da luz do mesencéfalo se originará o aqueduto cerebral) pouco se desenvolve, enquanto o rombencéfalo origina o metencéfalo (dará origem a vermis e os hemisférios cerebelares) e o mieloncéfalo.

Para saber mais:

Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/snervoso.htm
http://www.anatomiaonline.com/embrio.htm


Imagem:

http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-nervoso/imagens/sistema-nervoso-central-2.gif

19 de maio de 2008

Neurociências: Sistema Nervoso com fritas

O sistema nervoso é responsável pelo funcionamento das funções orgânicas e pela integração do organismo ao ambiente. Isto é, não só controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também interpreta os estímulos externos recebidos. Sua principal função é perceber e identificar os estímulos externos, bem como os estímulos internos do próprio corpo, além de elaborar respostas adaptativas a essas condições. Dentre essas funções, algumas dependem da nossa vontade e outras ocorrem sem termos consciência deles.


Didaticamente, dividimos o sistema nervoso a partir de critérios anatômicos, embriológicos e funcionais, entretanto, todas as partes estão relacionadas morfologicamente e funcionalmente.

Critérios ANATÔMICOS:

No que diz respeito à divisão com base em critérios anatômicos, podemos dividir o sistema nervosos em central ou SNC (dentro do esqueleto axial – cavidade craniana e canal vertebral) e periférico ou SNP (fora deste esqueleto). Para uma melhor visualização, vide esquema abaixo.



O SNC é a parte receptora de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas, formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, que são protegidos pelo crânio e pela coluna vertebral, respectivamente. Já o SNP, constitui-se pelas vias de condução de estímulos ao sistema nervoso central ou que enviam até os órgãos efetuadores as ordens emanadas da porção central.

Para saber mais:

Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.

16 de maio de 2008

Estatística: Regressão Linear Simples à parisiense

Ela se aplica às situações em que há razões para supor uma relação de causa-efeito entre duas variáveis quantitativas, de tal forma que uma variável pode ser predita a partir da outra ou outras.


A análise da regressão linear simples fornece equações de linhas retas (“linear”), que descrevem fenômenos em que há uma variável independente apenas (“simples”).


Este termo designa a expressão de uma variável dependente, regredida ou resposta (Y) em função de outra (X), considerada independente, regressora ou explanatória; lê-se regressão de Y sobre X. Isto é, para cada valor de X escolhido observa-se o valor de Y correspondente.


A equação de reta pode ser dada por Y = A + Bx , onde:

Y é a variável dependente;
A (βo - beta zero) é o coeficiente linear ou intercepto da reta (valor de y quando x = 0);
B (β¹ - beta um) é o coeficiente angular ou inclinação da reta (acréscimo ou decréscimo em Y para cada acréscimo de uma unidade em X);
X é a variável independente.


Para saber mais:

Sidia M. Callegari-Jacques. Bioestatística. Princípios e Aplicações. Porto Alegre: Artmed, 2003.